quinta-feira, março 19, 2020

Anne With An E




















Minha cunhada Nádia escreveu sobre a série Anne With An E...
Não tem como depois desse texto, não sair correndo pra assistir a série. :)
"
Anne with an E não tem nada a ver comigo. Mas, ao mesmo tempo, é perfeita para mim.
A minha relação com Anne with an E espelhou a de Marilla e Matthew Cuthbert com Anne Shirley. Nos primeiros minutos, pensei que havia cometido um erro ao apertar o play. Mas, quando percebi, o episódio havia acabado e eu já estava ansiosa pelo próximo. Porque Anne, com seu jeito peculiar de enxergar o mundo, já havia me tocado.
O argumento de todas as pessoas que tentaram me convencer a assistir Anne with E foi o mesmo: apesar de se passar no final do século 19, a série aborda problemáticas atuais e importantes, como racismo, machismo, bullying, entre outras. E, de fato, ninguém estava mentindo.
O que ninguém me contou foi exatamente o que mais me encantou: Anne with an E não aborda tais temas de maneira irreal ou forçada. Por influência direta ou indireta da protagonista, quase todos os personagens passam a se questionar sobre os padrões estabelecidos e se veem em um momento de desconstrução. Não é mágica, tampouco pura ficção. É um processo pelo qual todos podemos, e devemos, passar na vida real.
O arco dos personagens, aliás, é o ponto alto de Anne with an E. Em três temporadas, a mudança deles é nítida - e, ao mesmo tempo, natural. De Marilla a Matthew, passando por Diana, Gilbert, Cole, Jerry, Bash… Cada um deles enfrenta suas questões, não só em relação à desconstrução, mas também ao autoconhecimento, aceitação e superação. Quase todos se transformam e, juntos, transformam também o mundo ao seu redor.
Um momento que me marcou foi quando Anne diz que não se trata daquilo que o mundo nos dá e, sim, do que nós trazemos para ele. E não há frase que possa defini-la melhor. Porque o mundo lhe deu tão pouco, e nem por isso ela deixou de trazer tanto. E, então, ele retribuiu.
E pode ser que Anne with an E beire a utopia. Mas não deixa de ser uma inspiração. Afinal, se, assim como Anne, tivermos a coragem de imaginar um mundo melhor e mais justo, será que também não encontraremos o caminho até lá?

✏️ A ilustração da foto é do @andre.toma e está à venda no Instagram dele!

Quem aí é “anner”? E quem está pensando em se render?"